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Por Dentro da Seleção

Bastidores do time mais importante do futebol mundial

Perfil Martín Fernandez é repórter de Esporte, cobre a seleção desde a Copa de 2010

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Rosell e o time da CBF: sempre próximos

Por Martín Fernandez
29/08/13 12:35

Fadi Al-Assaad/Reuters  –  Daniel Marenco/Folhapress

O repórter Sérgio Rangel, na Folha de hoje, revela mais detalhes do quão próximos eram Sandro Rosell, presidente do Barcelona, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

Nunca um cartola estrangeiro foi tão ligado à seleção brasileira. Durante a era Teixeira, Rosell frequentou jogos, treinos, hotéis e andou até no mesmo ônibus que os jogadores do time nacional.

Rosell era o homem forte da Nike no Brasil no começo da década passada. Esteve grudado na seleção durante a campanha do Penta, em 2002, e contou detalhes em seu livro de memórias.

Depois que deixou a empresa de material esportivo e virou dirigente do Barcelona, Rosell continuou com as portas escancaradas na seleção.

Em setembro de 2010, levou o time da CBF para treinar no CT do Barcelona. Dois meses depois estava em Doha, onde o Brasil perderia um amistoso para a Argentina por 1 a 0, com gol de Messi.

Na Copa América de 2011, o presidente do Barcelona chegou a pegar o mesmo ônibus da seleção brasileira rumo a um jogo. A CBF tentou desmentir, mas imagens da Fox Sports argentina confirmaram a carona.

Tal proximidade ajudou o Barcelona a contratar Neymar. Durante o mês de maio, quando a negociação se arrastava, o cartola já dava o negócio como fechado.  Desde que Ricardo Teixeira saiu de cena, em março de 2012, Rosell não foi mais visto nos amistosos do Brasil pelo mundo.

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Como vitrine, esta seleção é um fracasso

Por Martín Fernandez
28/08/13 08:57

Júlio César em ação contra a Inglaterra – Adrian Dennis/AFP

Ainda faltam alguns dias para o fim do prazo de transferências no futebol europeu, e é possível que as próximas horas desmintam o título deste post e as linhas a seguir. Esta seleção não tem vocação para balcão de negócios.

O time da CBF não tem servido como trampolim para que jogadores convocados troquem de clube. Das dez maiores negociações desta janela, quatro envolvem brasileiros. Destes, só Neymar passou pela seleção neste ano.

Os outros são o zagueiro Marquinhos (da Roma ao PSG por 31,4 milhões de euros), o volante Fernandinho (do Shakthar ao Manchester City por 40 milhões) e o meia Willian (do Anzi ao Chelsea por 38 milhões). Os três jamais foram chamados por Felipão.

Nem o título da Copa das Confederações ajudou. Lembre que Neymar, Paulinho e Fernando foram negociados antes ou durante o torneio _portanto sem influência da conquista no Maracanã. Depois, só dois jogadores foram vendidos, e em circunstâncias incomuns.

Luiz Gustavo, titular intocável de Felipão, de boa participação no torneio de junho, teve que deixar o poderoso Bayern de Munique porque não tinha espaço com Guardiola. Foi para o Wolfsburg, um clube com ambições modestas, mas onde pelo menos vai jogar com frequência, como quer o técnico da seleção.

O outro foi Bernard, escassos cinco jogos e 72 minutos em campo pelo Brasil, que trocou  o Atlético-MG pelo Shakthar Donetsk. É razoável supor que tenha sido contratado mais pelo que fez no clube (ganhou a Libertadores) do que na seleção (nenhum gol).

E não faltaram especulações pós-título: Júlio César “foi” para Benfica, Fiorentina, Napoli, Roma, Arsenal; Daniel Alves para o Monaco, Hulk para o Chelsea, David Luiz para o Barcelona, onde aliás jogaria com Fred. A lista é imensa.

O que ouvi de dirigentes e empresários é que o título fez subir o preço desses jogadores. E que eles ganharam importância em seus times, viraram “inegociáveis”. Pode ser. Os campeonatos nacionais europeus e a Liga dos Campeões já começaram e as chances de transferências são cada vez menores.

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Um tributo aos campeões de 1958

Por Martín Fernandez
26/08/13 17:04

Gylmar dos Santos Neves e Nilton de Sordi morreram no mesmo final de semana, uma triste coincidência. Os jornais de hoje estão cheios de homenagens, todas tão justas quanto insuficientes, aos heróis de 1958.

Não achei maneira melhor de reverenciar os primeiros campeões do mundo do que assistir à final da Copa do Mundo da Suécia. A íntegra da partida está aqui, com narração mezzo português, mezzo francês.

Durante 90 minutos, mais acréscimos, os 22 jogadores em campo se preocupam exclusivamente em jogar futebol. Não há uma simulação, uma tentativa que seja. Ninguém se dirige ao árbitro durante a partida. Ninguém reclama, ninguém faz cera.

Aos 38min45 do vídeo, Zagallo faz uma falta feia, ele e o rival caem. Imediatamente o camisa 7 do Brasil se acusa, levanta a mão, os dois adversários se cumprimentam, a falta é batida, o jogo não fica nem 15 segundos parado.

O Brasil tem um time muito melhor, mas a Suécia sabe jogar. O time da casa sai na frente, a seleção brasileira faz 4 a 1, permite um desconto na vantagem e finalmente fecha o placar em 5 a 2 já nos acréscimos.

Os gols estão nos minutos 6, 10, 33, 68, 80, 93 e 104 do vídeo _não do jogo. Mas vale ver tudo. A inteligência de Didi, Zagallo e Vavá impressiona, por ser tão rara hoje. De Garrincha e Pelé não há o que falar.

Aos 7min, por exemplo, Garrincha nem espera o reinício da partida para sair correndo pela ponta. Recebe um lançamento espetacular de Didi e bate na rede pelo lado de fora.

Aos 45min30, Pelé mata no peito um cruzamento, ganha do marcador e chuta para fora. “Não há de ser nada, ele ainda vai por a bola lá no náilon. Sim, porque aqui a rede é de náilon”, narra Jorge Cury.

No segundo tempo, o camisa 10 marcaria o antológico gol em que dá um chapéu no zagueiro dentro da área. Que prazer assistir a esses monstros jogando futebol.

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Técnicos gringos, soberba e futebol brasileiro: três perguntas para o presidente do Santos

Por Martín Fernandez
25/08/13 04:04

Martino preferiu o Barcelona – Albert Gea/Reuters

É curioso que não haja técnicos estrangeiros na primeira divisão do futebol brasileiro. Me intriga tanto quanto o fato de não haver nenhum brasileiro num clube de elite da Europa.

Enquanto isso, o Barcelona e o Atlético de Madrid têm argentinos em seus bancos, o Manchester City tem um chileno. É o idioma? Pode ser. Tottenham e Chelsea são comandados por portugueses.

Nada disso quer dizer que os outros sejam bons e os brasileiros umas porcarias. É fácil até sustentar o contrário. Cubes e treinadores brasileiros ganharam as últimas quatro Liberadores. Argentina não ganha um título de seleções desde 1993 _Messi tinha 6 anos.

Com a ajuda do companheiro Rafael Valente, tentei ouvir a maior quantidade de dirigentes, treinadores, agentes e jogadores sobre o assunto, o resultado é esta reportagem publicada hoje na Folha.

As opiniões mais contundentes foram as do presidente em exercício do Santos, Odílio Rodrigues. O homem que tentou contratar Bielsa e Martino respondeu a três perguntas do blog:

Porque não há técnicos estrangeiros na Série A do Brasileiro?
Acho que a gente resistiu em reconhecer a importância desse intercâmbio no futebol. Sempre nos sentimos meio soberbos em relação ao futebol. É fundamental que exista esse intercâmbio, mas acho que abrimos o olho tardiamente para isso. A gente torce para que técnicos estrangeiros venham ao Brasil e que técnicos brasileiros vão para o exterior. O Santos tentou dois técnicos estrangeiros, mas não conseguiu. Somos favoráveis ao intercâmbio. O futebol brasileiro necessita dessa troca. A excelência do ponto de vista técnico e tático está na Europa. O intercâmbio é muito saudável para nós.

Porque o Santos não teve sucesso na contratação de Bielsa e Martino?
[No caso do] Marcelo Bielsa houve dois elementos. Primeiro, os valores envolvidos. Segundo, pela condição que ele impôs. Ele precisaria ficar aqui seis meses contratado e só iria trabalhar após esses seis meses. Isso está fora da nossa realidade. Com o Tata Martino chegamos a nos abraçar, apertar a mão e a comemorar a contratação, mas depois veio o convite do Barcelona. Imagino que [tenha sido] um convite irrestível e ele foi para lá.

Por que não há técnicos de ponta do Brasil na Europa?
Acho que o continente europeu em termos de tecnologia, de treinamento, de filosofia do futebol, de programação do calendário dos campeonatos está na frente do futebol brasileiro. Temos de ter essa humildade e reconhecer isso. Talvez seja mais fácil para os técnicos que já estão vivendo a realidade do futebol europeu, e tem mais visibilidade, permanecer por lá e seja mais fácil a contratação do que os técnicos do futebol brasileiro. Hoje o espectador que gosta de futebol brasileiro tem uma porção de opções de campeonatos europeus na televisão, enquanto nossos campeonatos não têm essa visibilidade lá.

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O Palmeiras, a segundona e as seleções

Por Martín Fernandez
23/08/13 11:04

Um time da Série B é o maior fornecedor do Brasil de jogadores para seleções nacionais. Nesta semana, o Palmeiras celebrou as convocações de Henrique (Brasil), Valdivia (Chile) e Eguren (Uruguai).

“Este é um recado que dou aos clubes, técnicos e jogadores: não estou observando apenas a primeira divisão”, disse Luiz Felipe Scolari. Seus colegas Jorge Sampaoli e Oscar Tabárez assinariam a frase.

E a lista de convocáveis do Palmeiras só não é maior porque Barcos, no começo do ano, foi para o Grêmio de Luxemburgo (e da Libertadores), porque “na Série B perderia espaço na seleção argentina”.

Valdivia desfruta de sua melhor fase em muitos anos, Henrique é o chefe da defesa menos vazada da Série B. Não será surpresa se o Palmeiras eliminar o Atlético-PR (quinto da Série A) da Copa do Brasil.

Durante muito tempo se discutiu se Neymar tinha que ir para a Europa para “evoluir”, “jogar com e contra os melhores”. O próprio craque adotou o discurso quando finalmente fechou com o Barcelona.

O caso do Palmeiras prova que jogar contra rivais piores também pode ser uma boa.

 

 

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Felipão e a arte de desagradar o chefe

Por Martín Fernandez
22/08/13 11:50

Danilo Verpa/Folhapress

Quando dá palestras a seus jogadores, Luiz Felipe Scolari gosta de repetir uma frase retirada de manuais de motivação: “A fórmula para o sucesso eu não sei. A do fracasso é tentar agradar a todos.”

Ao convocar a seleção para os amistosos contra Austrália (Brasília, 7.set) e Portugal (Boston, 10.set) o treinador mostrou que leva tal enunciado a sério, ainda que eventualmente o alvo do desagrado seja seu chefe.

Há um mês, o presidente da CBF detonou o volante Ramires numa entrevista ao jornal “O Globo”. Deu a entender que o volante do Chelsea, como Ronaldinho, estava fora dos planos para a Copa do Mundo.

Lembrança rápida: Ramires foi cortado do amistoso contra a Rússia, em março, em Londres, por ter se apresentado com um dia de atraso. O volante estava lesionado, mas apareceu em fotos de um jantar publicadas em redes sociais por sua esposa, o que contrariou a comissão técnica e a cúpula da CBF.

O episódio custou a Ramires uma vaga na Copa das Confederações. A mulher do jogador xingou muito no Insagram _chegou a chamar a CBF de “máfia”. Quando as portas pareciam fechadas de vez, o Chelsea se desculpou com a CBF, o jogador conversou com Scolari e o resultado foi sua volta a seleção.

“Não é o Marin quem convoca”, disse Felipão ontem. “Quando ele me convidou para ser técnico, me deu totais condições para trabalhar. Eu é que faço a convocação.” Disse ainda que a lista estava com o cartola desde a véspera e que não houve veto.

É a segunda vez que convocações deixam Marin em saia justa. Em abril, Scolari levou o jovem goleiro Matheus, do Corinthians, para ser reserva no amistoso contra a Bolívia em Santa Cruz de la Sierra.

As justificativas do treinador foram aceitáveis: Matheus é promissor, fora indicado pelo técnico da seleção sub-20 [Gallo] e, no mais, não faria sentido privar um time da Série A de seu goleiro, já que o titular do Brasil seria Jefferson.

Mais do que tudo isso, Matheus é o goleiro que teve a medalha de campeão da Copa São Paulo embolsada por Marin. Felipão obviamente não é um incendiário, um provocador ou opositor. Mas mostra que agradar ao chefe não é a primeira de suas preocupações.

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Uma sombra para Daniel Alves

Por Martín Fernandez
21/08/13 13:10

As três novidades na lista que Luiz Felipe Scolari acaba de divulgar para os amistosos contra Austrália e Portugal são todos jogadores rodados, com alguma história na seleção. A base da Copa das Confederações foi mantida.

O zagueiro Henrique, 26, do Palmeiras, já havia sido chamado por Mano Menezes e pelo próprio Scolari. O volante Ramires, 26, esteve na última Copa, era titular intocável de Mano, perdeu espaço com a troca de treinador e agora volta a ser chamado.

E Maicon. Aos 32 anos, o agora jogador da Roma é o segundo mais velho da lista (Júlio César tem 33). Seu último jogo pelo Brasil foi na Copa América de 2011, quando começou na reserva, mas ganhou a posição em apenas um jogo.

Já faz tempo que Felipão queria levar Maicon de volta para a seleção. Antes do amistoso com a Bolívia, em abril, disputado pelas seleções locais, Scolari disse que pretendia “infiltrar um estrangeiro” naquela partida.

O jogador acabou não chamado (nem nenhum outro estrangeiro). Depois daquela partida, Felipão me contou que o alvo era Maicon, e empilhou elogios ao então atleta do Manchester City _onde ele pouco atuou na última temporada.

Felipão disse agora que levar Maicon não tem nada a ver com Daniel Alves. Mas a ideia é a de criar uma sombra para o lateral do Barcelona, que nesta segunda “era Felipão” nunca teve um reserva que pudesse ameaçá-lo. Agora tem.

A lista:

GOLEIROS
Júlio César – Queens Park Rangers
Jefferson – Botafogo

ZAGUEIROS

Thiago Silva – Paris Saint-Germain
David Luiz – Chelsea
Dante – Bayern de Munique
Henrique – Palmeiras

LATERAIS

Daniel Alves – Barcelona
Maicon – Roma
Marcelo – Real Madrid
Maxwell – Paris Saint Germain

VOLANTES

Fernando – Shakhtar Donetsk
Luiz Gustavo – Wolfsburg
Paulinho – Tottenham
Hernanes – Lazio
Ramires – Chelsea

MEIAS E ATACANTES

Oscar – Chelsea
Neymar – Barcelona
Fred – Fluminense
Lucas – Paris Saint-Germain
Hulk – Zenit
Bernard – Shakhtar Donetsk
Jô – Atlético-MG

 

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Scolari e o desafio de mexer em time campeão

Por Martín Fernandez
20/08/13 11:53

Paul Hackett/Reuters

A seleção volta a ser convocada amanhã, para os dois amistosos de setembro: dia 7 em Brasília contra a Austrália e três dias depois contra Portugal, em Boston.

A base será mantida, mas vai ser possível ver o tamanho da mudança no grupo que ganhou a Copa das Confederações. Aquela conquista que Luiz Felipe Scolari mandou seus jogadores esquecerem.

Scolari está lidando com uma situação que não viveu em sua primeira passagem pela seleção brasileira: a de conter favoritismo, combater acomodação, manter estimulado quem acaba de ganhar.

Seria natural que no primeiro amistoso após a Copa das Confederações o técnico chamasse quase todo o time campeão. Na semana passada, com praticamente a mesma escalação, o Brasil perdeu 1 a 0 para a Suíça na semana passada.

Em entrevista recente a Fernando Rodrigues, o presidente da CBF, José Maria Marin, disse acreditar que Scolari já tenha 17 dos 23 nomes definidos para a Copa do Mundo.

O treinador sempre tenta desconversar ao falar do assunto, cita a possibilidade de lesões, de “um ou outro não poderem ser convocados” e muletas desse tipo.

Mas na semana passada, em Basileia, Felipão admitiu que ainda precisa “resolver três ou quatro situações” do time. A lista de amanhã vai dar mais pistas sobre quais são essas lacunas.

Os reservas dos laterais Daniel Alves e Marcelo são duas delas, certamente. Rafael, do Manchester United, ausente desde que entregou um gol para o México na final da Olimpíada, poderia voltar mas está machucado.

A temporada europeia apenas começou, e as melhores surpresas até aqui são o atacante Diego Costa (que chegou a ser chamado no início do ano), o volante Casemiro e o meia Philippe Coutinho.

Os jogadores que atuam no Brasil e forem convocados terão que desfalcar seus times por três rodadas do Campeonato Brasileiro, um disparate que também atinge os estrangeiros que atuam aqui.

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Para a seleção, o Brasileiro perdeu relevância

Por Martín Fernandez
19/08/13 08:55

O Campeonato Brasileiro é emocionante, é imprevisível, permite ver de perto craques como Alex, Seedorf, Juninho, proporciona campeões diferentes com frequência e frequentes campeões lutando para não cair.

Tudo isso é verdade, o que não anula outra: o Brasileiro é hoje quase irrelevante para a seleção brasileira.

Se a convocação para a Copa do Mundo fosse hoje, quantos dos 23 escolhidos estariam defendendo clubes do Brasil? Em 2002, com Luiz Felipe Scolari, foram dez. Em 2006, quatro. Em 2010, três.

Há dois anos, Mano Menezes iniciou um amistoso contra Gana com um ataque 100% nacional: Ronaldinho (Flamengo), Ganso, Neymar (Santos) e Leandro Damião (Internacional). Um mês depois, contra a Costa Rica, repetiu a fórmula, com Lucas (São Paulo) e Fred (Fluminense) nas vagas de Ganso e Damião.

Não faz tanto tempo assim. Em 2011 os clubes receberam uma enxurrada de dinheiro dos novos contratos de transmissão de TV, o Flamengo repatriou Ronaldinho; o Santos e Neymar disseram não pra todo mundo. Também havia goleiros (Jefferson, Victor) volantes (Ralf, Paulinho) e zagueiros (Dedé, Réver) que poderiam ser titulares da seleção. E foram.

Essa fase acabou. O Brasileiro perdeu importância para a seleção porque hoje fornece poucos jogadores que possam defendê-la.

Felipão pediu e a CBF acatou: neste ano não vai ter Superclássico das Américas, série de dois jogos entre as seleções locais de Brasil e Argentina.

O simbólico título já não tinha importância mesmo. Ou José Maria Marin não teria agido como agiu em 2012: 1) saiu da Bombonera e voou de volta ao Brasil sem nem ver o time de Mano Menezes receber as medalhas por ter vencido nos pênaltis; 2) demitiu o treinador 36 horas depois.

Comportamento do presidente da CBF à parte, Felipão entende que não faz sentido montar uma seleção made in brazil a tão pouco tempo da Copa.

Alejandro Sabella, técnico da Argentina, pensa o mesmo. Teriam que chamar, cada um, uns 15 ou 20 atletas que não estarão no Mundial. A essa altura avaliam que abrir o leque de opções mais atrapalha do que ajuda.

Para o amistoso da semana passada na Suíça, Scolari levou 20 jogadores. Dos titulares, só Fred e Jefferson jogam no país*. Os outros daqui foram o volante-lateral Jean e o centroavante Jô.

Se o objetivo é 2014, o final de semana pedia mais observação ao que acontece na Europa do que no Brasil.

Oscar fez gol pelo Chelsea, Hulk pelo Zenit; Paulinho e Neymar estrearam pra valer em seus novos times. Alternativas? Philippe Coutinho jogou demais pelo Liverpool, Diego Costa fez dois pelo Atlético de Madrid em Sevilla.

Quando Scolari montou a lista para a Copa das Confederações, eram 11 brasileiros contra 12 estrangeiros. Fernando, Paulinho, Neymar e Bernard foram embora. Outros ainda irão. E a tendência é que o time da casa em 2014 esteja mais para 2010 do que para 2002.

*Havia escrito que, dos titulares no amistoso, só Fred joga no Brasil. Faltou Jefferson, como lembrou um leitor aqui. Obrigado.

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Sobre Neymar, Messi, rivalidade e ciúmes

Por Martín Fernandez
17/08/13 14:49

 

Capa da World Soccer de agosto

Começa para valer neste domingo a vida de Neymar no Barcelona, com a estreia no Campeonato Espanhol, contra o Levante, no Camp Nou. A menos de dez meses da Copa do Mundo no Brasil, a presença de Neymar e Messi no mesmo time é assunto dominante na Europa.

Na capa da revista inglesa World Soccer deste mês aparecem lado a lado um Neymar sorridente e um Messi com cara séria. A chamada: “A rivalidade que pode definir a temporada”.

Reportagem deste sábado do “El Pais” sugere um ambiente algo hostil entre Messi e Neymar. “Ele é muito bom, mas que deixe de falar de mim, não faça bobagens e diga que veio ganhar títulos”, é uma frase atribuída ao argentino num jantar entre amigos.

Johan Cruyff, o homem-Barcelona (foi jogador, técnico, cartola) disse ao “Marca” que o clube, agora que comprou um, deveria vender outro. O holandês prevê disputa até para ver quem vai bater faltas.

Neymar sempre foi o príncipe regente em Santos, mas já teve que dividir o protagonismo na seleção brasileira. Do Qatar à Bolívia, da Costa Rica à Inglaterra, sempre que Ronaldinho esteve na seleção, Neymar ficava em segundo plano.

Era o Gaúcho quem tinha o nome gritado pelas crianças, era o alvo das câmeras e dos pedidos de entrevistas. Neymar nunca deu a menor demonstração de ciúme. Assim como os demais parecem não se incomodar quando o centro das atenções é Neymar.

Guardadas as diferenças de convívio na seleção e num clube, há um exemplo revelador: Wembley, 6 de fevereiro de 2013, estreia de Luiz Felipe Scolari.

O Brasil empatava com a Inglaterra quando teve um pênalti a seu favor. Neymar deveria bater, mas Ronaldinho tomou-lhe a frente, a bola e chutou nas mãos de Hart (o vídeo aqui é claro). A seleção perdeu por 2 a 1.

Ainda no estádio, perguntei ao treinador quem deveria ter batido o pênalti. Scolari não poderia ter sido mais direto. “Neymar. Mas você não tira a bola de um jogador como o Ronaldinho e diz que vai cobrar.”

Minutos depois, Neymar foi informado sobre a frase do chefe e instado a falar sobre o assunto. Tratou de absolver o colega mais velho. “Felipão me pediu para bater, mas Ronaldinho é um craque, um ídolo, já fez vários gols de pênalti, infelizmente ele errou.”

Poderia ter lamentado o fato de não ter batido, poderia ter dito qualquer coisa que fosse interpretada como “polêmica” por nós, jornalistas. Não o fez.

Em março, falei com a Oscar sobre a iminente transferência de Neymar para o futebol europeu. O companheiro de seleção o aconselhou: “Ele tem de ir para o time que vai recebê-lo melhor. Na Europa, há essas coisas de ciúme, de grupos. Tem de ir para um time que o receba bem.”

O astro evidentemente sabia disso ao escolher jogar no Barcelona. De tudo que se falou sobre o assunto, a melhor frase sempre será a do técnico Gerardo Martino: “Se Messi e Neymar não jogarem bem juntos, a culpa é do treinador.”

Aposto que vai dar certo. E você?

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